Por que algumas pessoas são condenadas e outras não?

Leia o texto e conheça a Teoria da Seletividade Penal.

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A Teoria da Seletividade Penal aponta que não basta a prática de uma conduta contrária às normas para ser considerado um criminoso. A condição, na verdade, é o resultado de um “etiquetamento social”.

Para simplificar esse entendimento, a Teoria da Seletividade Penal defende que apesar de poucos indivíduos serem condenados, grande parte da sociedade pratica crimes.

O que se torna um status atribuído a determinados indivíduos por parte daqueles que detêm o poder de criar e aplicar a lei penal, mediante mecanismos seletivos, cuja estrutura e funcionamento dos grupos sociais têm uma influência fundamental.

Em resumo, essa teoria aponta que as estruturas de poder são formadas por grupos, e o sistema penal cumpre a função de “selecionar”, de maneira mais ou menos arbitrária, pessoas de grupos mais humildes, criminalizando-as.

Desde a criação das normas para atuação das instâncias oficiais (polícias, Ministério Público e Judiciário), é possível verificar uma atuação seletiva do sistema penal. Essa atuação seletiva é subdivida em duas partes e chamamos de processos de criminalização primária e secundária.

Processo de Criminalização Primária

O processo de criminalização primária é representado pela elaboração das normas, ou seja, pelo momento em que o Estado define quais são os bens jurídicos mais importantes que devem ser protegidos pela lei.

O Artigo 5º da nossa constituição estabelece que “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”. Isso significa que para a aplicação da sanção penal seja válida é preciso que exista uma legislação prévia que defina os atos considerados criminosos, bem como as penas decorrentes da prática desses atos.

Levando em consideração a definição de processo de criminalização primária podemos afirmar que a criminalização primária é o ato de sancionar uma lei penal que incrimina ou permite a punição de indivíduos que estejam relacionados a um crime.

Processo de Criminalização Secundária

A criminalização secundária refere-se à atuação do Estado na identificação, acusação e julgamento daqueles que praticaram um crime.

Ela acontece quando os órgãos do Estado detectam indivíduos que tenham praticado certo crime e os submetem ao processo de investigação, prisão, judicialização, condenação e encarceramento.

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